domingo, 31 de julho de 2011

De onde vêm os DITADOS POPULARES ?

Depois de longo e tenebroso inverno, cá estou com mais alguns ditados populares. Espero que você goste.


Beijos.



ENFIOU O PÉ NA JACA: o correto é "Enfiou o pé no jacá". Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma pinga. Quando bebiam demais, era comum colocarem o pé direito no estribo e, quando jogavam a perna esquerda para montar no burro, erravam e pisavam no jacá ( cesto em que as mercadorias eram carregadas); levando um grande tombo. Por isso, quando alguém bebia demais, dizia-se que ele enfiaria o pé no jacá. A jaca, fruta, não tem nada a ver com isso.


QUEM TEM BOCA VAI A ROMA: pois é; eu também fiquei surpresa quando soube que a frase correta não tem nada a ver com a que conhecemos; nem com o fato de usarmos nossa capacidade de comunicação para ir a qualquer parte. A frase correta é, sim, uma crítica social à cidade de Roma: "Quem tem boca, vaia Roma".


CASA DA MÃE JOANA: Na época do Brasil Império, durante a minoridade de Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar em um prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no Brasil, a frase Casa da Mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.



CONTO DO VIGÁRIO:Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas.A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa.E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.


A VER NAVIOS: Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal (sec XVI), desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. Provavelmente morreu, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por isso o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca, e era comum pessoas subirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o Rei regressando à Pátria. Como ele não regressou, o povo ficava a ver navios.

ANDA À TOA: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.
RASGAR SEDA:A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".
GUARDAR A SETE CHAVES:No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino.Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado.
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:Existe uma história não comprovada de que, após trair Jesus,Judas enforcou-se em uma árvore, descalço. Havia posto o dinheiro que ganhou por trair Jesus, em suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas,saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca se soube se acharam as botas de Judas. A partir daí, surgiu a expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA: A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas; onde os bezerros eram sacrificados para Deus, como forma de redenção de pecados. Um filho do Rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que fora sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses, o garoto morreu.

JURAR DE PÉS JUNTOS:
- Mãe, juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
MOTORISTA BARBEIRO:
- Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:

- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!

No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA: A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.
PS: Se você quiser colaborar com essa página do blog, envie curiosidades sobre ditados populares para o e-mail: elianahmartins@uol.com.br, que eu posto e ponho o seu nome, ok? Vai ser muito legal!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

MULHERZINHAS recém chegadas

O clássico Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, é um convite ao cotidiano da vida familiar nos Estados Unidos do século XIX. Ambientado em plena Guerra da Secessão (1861-1865), narra com delicadeza as desventuras de quatro geniosas irmãs que esperam pela volta do pai, enquanto se esforçam para cumprir uma dura rotina.

Olá!

Apesar de o livro Mulherzinhas já constar da lista de livros publicados, a Escala Educacional só o colocou efetivamente na praça agora. E é feliz da vida que mostro para você a capa dele e uma pequena sinopse.

Essa foi a primeira adaptação de clássicos que fiz para a Escala. Adaptar a obra de Louisa May Alcott foi uma responsabilidade enorme. Fazer parte da coleção Recontar Juvenil, ao lado de escritores incríveis da literatura brasileira, foi um presente para mim.

Espero que você goste.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Feira do Livro de Jaraguá do Sul

Olá!

Apareço, mais uma vez, por aqui para mandar um abraço enorme para a cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, agradecendo a forma com que me recebeu, na Feira do Livro. Uma cidade aconchegante, um povo carinhoso e alunos interessados na leitura. A feira, em praça pública, característica das feiras de livros do sul, cheia de novidades e atrações, recebeu, diariamente, um volume enorme de crianças e adultos. Ângela Lago, Márcia Tiburi e eu tivemos uma acolhida maravilhosa, desde o coordenador da feira: Carlos Henrique Schroeder, até os alunos que, cheios de interesse, participaram de nossas palestras.

Segue, abaixo, uma das entrevistas que dei. Essa para o jornal Diário do Vale.